sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O FALATÓRIO DO SÍNDICO - Capitulo 10 (final)




Claudionor era o porteiro. Na hora ninguem se lembrou, mas o garçon ouviu, contou pra cozinheira do sétimo andar que contou pra babá do terceiro andar, que contou pro namorado da arrumadeira do sindico que finalmente contou pro interessado.

- Craudiooooooooo, voce vai ser sindico
- eeeeeeeeeu? eu nem moro aqui.
- mas ouviram o governador dizer que apoia sua candidatura
- Nem pra presidente do sindicato eu me candidato. Odeio política.
- Mas aqui não é politica não, bestão, aqui é para administrar.
- Bom, quem chama o consertador de elevador? eu. Quem chama o encanador? o limpador de piscina? eu. Quem recebe as visitas? eu. Agora eu ainda tenho que ser síndico? neeeeeeeeeeeem mortoooooooooo

Bom, não ia adiantar mesmo. A demagogia do governador de apoiar as classes trabalhadoras para adnministrar seu proprio trabalho não estava prevista na convenção do condominio e Claudionor queria era mais, mesmo.

- Seu síndico, seu prefeito, Seu governador, nem adianta. Eu não quero ser sindico. Já acham pouco chamar o encanador, o limpador de piscina, vigiar os casais de namorados que ficam se atracando no playground, olhar os meninos que que ficam aprontando na quadra eu ainda tenho que ser síndico? Nem podendo.
- Mas não pode mesmo, não. Foi viagem do governador.
- Bom, eu me candidato a síndica
- Você, Maria Olivia?
- Sim, eu. Nós vamos separar, voce quer ser candidato a governador. Se ganhar vai morar no Palacio, então?
- governador, ele?
- kkkk, ainda faltam quatro anos...
- Epa, o mandato do papai ainda não acabou
- Joaninha...
- Papai fala demais, não gosta do prefeito, mas é ótimo sindico. Olha só o jardim, todo cuidadinho. E a piscina está um brinco. Até festa pros animais carentes ele fez.
- Mas faz cada discurso bizarro.
- Então, façamos um negócio: não teremos mais discurso, que tal?
- Discurso, não, falatório
- que seja. sem mais falatório do sindico.
E c'est fini

E terminou mesmo.

Sem comentários:

Enviar um comentário